Posição da imprensa regional e local sobre as medidas do governo para a comunicação social

Esclarecimentos/Comunicações aos Sócios

 

A expetativa sobre a anunciada estratégia nacional para os média contemplou a comunicação social local e regional, tradicional e digital.

A ANIR, associação nacional exclusivamente representativa da imprensa de proximidade, encontrou no Plano de Ação Para os Média anunciado esta terça-feira (8) pelo governo

motivos sustentados para concluir que o poder político inscreveu o setor nas prioridades do país para a comunicação social.

Assim, a ANIR destaca:

1- O reforço para o dobro da comparticipação do Incentivo à Leitura.

Num país ainda muito próximo do hábito de ler jornais impressos, sobretudo em zonas menos urbanos, o reforço da comparticipação do custo de expedição vai permitir a redução do preço da assinatura e, assim, manter e crescer em leitores e consequentemente aumentar a audiência e a receita publicitária. Era uma das maiores reivindicações da imprensa de proximidade. Esta medida vai estancar seguramente a extinção da imprensa tradicional, que, segundo estudo da ERC já não há jornais impressos a fazer a cobertura noticiosa frequente em 182 concelhos de Portugal (59%). Com esta medida esta preocupante realidade pode reverter.

2- A bonificação de 50 por cento por parte do Estafo para os cidadãos que queiram subscrever um órgão de comunicação social de teor generalista para novas assinaturas ou renovação de assinaturas responde às dificuldades sentidas pelos média de proximidade, sobretudo das zonas menos urbanas, onde cidadãos com rendimentos baixos ou que se aposentam e perdem capacidade financeira para pagar o preço de uma assinatura.

3- A profissionalização da imprensa de proximidade e a fixação de jornalistas no interior é fundamental para a sua afirmação e sustentabilidade. A estratégia anunciada contempla o apoio à contratação de jornalistas e, muito importante, à contratação do primeiro jornalista.

4- A publicação das deliberações das autarquias adiada há 10 anos e que a ANIR tem vindo em sucessivos governos a bater-se pela sua aplicação, vai finalmente ser implementada, contribuindo para uma melhor informação de proximidade e também uma contribuição das autarquias na construção de um ambiente democrático local.     

E estendida agora a jornais de periodicidade mensal e jornais digitais, conforme tem vindo a ser defendido pela ANIR. 

5- A publicitação dos fundos comunitários na imprensa de proximidade, assumida recentemente perante os sócios da ANIR pelo ministro da Coesão Castro Almeida como uma “obsessão” para a transparência da aplicação dos dinheiros europeus, é uma medida requerida há muito e que agora é devidamente inscrita nas prioridades do governo.

6- No digital, sendo um complemento importante dos média tradicionais, e naturalmente para os jornais exclusivamente digitais, o apoio às assinaturas digitais e a inclusão destes na publicitação das deliberações autárquicas e dos fundos comunitários é um passo importante para a definição do que deve ser considerado um jornal digital, conforme vem defendendo a ANIR.

 

Plano de Ação para a Comunicação Social

O sector da comunicação social enfrenta hoje desafios globais que decorrem da mudança de hábitos de consumo de informação, de alterações tecnológicas e da falência do modelo de negócio dos media tradicionais. 

Assumindo a importância da comunicação social como um dos pilares da democracia, o Governo considera que o Estado tem um papel a desempenhar no sentido de reforçar o serviço público e garantir uma comunicação social sustentável, livre, independente e pluralista. 

Nos últimos meses, na preparação do Plano de Ação, o Governo ouviu os agentes do sector e recebeu os seus contributos. 

Com vista a construir uma política pública para a comunicação social, o Plano de Ação foi estruturado em quatro eixos: Regulação, serviço público concessionado, incentivos, e combate à desinformação e literacia mediática. 

CONSULTE AQUI : Plano de Ação para a Comunicação Social

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