Esclarecimentos/Comunicações aos Sócios
“[A imprensa local e regional] é um elo de ligação entre as comunidades locais”
A ligação pessoal com a imprensa local e regional
“A LIGAÇÃO PESSOAL”
“Tenho alguma ligação à imprensa regional. Fui colaborador de um jornal que já não existe, infelizmente, o ‘Notícias da Amadora’, durante vários anos, um jornal com muita história. Mais recentemente, também o ‘Correio do Ribatejo’, um jornal antiquíssimo”
A reposição do porte pago
“Sabemos que a crise de que se queixa a comunicação social, de modo geral, tem que ver com a alteração dos hábitos de leitura, com toda uma série de alterações que se têm vindo a verificar no domínio da comunicação social. Ao nível da imprensa regional, desde há muito que defendemos que o apoio do Estado deve existir. Desde logo, ao nível do porte pago, [que deve ser assegurado a 100% pelo Estado. O secretário de Estado, Arons de Carvalho, achou que o Estado não deveria suportar integralmente a imprensa regional, discordámos sempre dele nessa matéria e achamos que era bom que o porte pago fosse reposto].”
UM ELO DE LIGAÇÃO DAS COMUNIDADES LOCAIS
As “três” principais funções da imprensa regional
“Entendemos que a imprensa regional tem três funções essenciais:
contribuir para a manutenção de hábitos de leitura, que são muito importantes, seja em papel, seja no online; contribuir de uma forma única para a diversidade da oferta em matéria de comunicação social; e, em terceiro lugar, e talvez o mais importante, é um elo de ligação entre as comunidades locais.
Hoje em dia, se alguém quer ter acesso a notícias das comunidades locais, sobre o que é que se decidiu, o que é que se discutiu nos órgãos autárquicos, sobre realidades e iniciativas que têm lugar no plano regional, é a imprensa regional [que o assegura]. Para além de que também estabelece uma ligação com quem está fora, ou seja, muitas pessoas que não vivem nas suas terras, veem no jornal da sua terra aquele elo de ligação de que precisam.”
Os mecanismos de apoio à imprensa local e regional
“Encontrar um mecanismo de apoio regular à empresa regional faz todo o sentido, aliás nos orçamentos de Estado temos debatido esta matéria. [Devemos] encontrar, seja pelo apoio tecnológico, pelo incentivo à contratação de jornalistas e de outros profissionais.
Não excluímos o Estado dar um incentivo às pessoas para subscrever a imprensa online, mas também não achamos que isso deva ser uma prioridade.
“O apoio do Estado não deve ser para um grande grupo, deve ser para a imprensa regional, porque tem um valor próprio, uma especificidade própria e não se pode deixar morrer.”
A publicidade institucional
“Devia haver uma forma de canalização da publicidade, inclusive da publicidade institucional. Aliás, uma péssima medida foi acabar com a publicação obrigatória de atos notariais. Achou-se que isso era uma coisa antiquada, que não fazia sentido. Faria sentido e era uma forma também de apoio à imprensa regional. A publicidade institucional podia ter aqui um papel, quer a publicidade institucional do Estado, quer das próprias autarquias locais. Faria sentido que houvesse uma obrigatoriedade.
“A repartição obrigatória que fosse cumprida efetivamente.”
“Para além dessa cota [publicidade institucional] ser reduzida, creio que faria sentido uma cota maior, mas depois isso tem que ser fiscalizado e a ERC tem condições para o fazer.
A revisão do Estatuto da Imprensa Regional e a Lusa
“Temos necessidade de olhar para o Estatuto da Imprensa Regional. Há todo um conjunto de ideias e de direitos que convinha sistematizar.
Talvez fizesse sentido na próxima legislatura, havendo condições de estabilidade, poder olhar-se para isto no seu conjunto e atualizá-lo.
Lusa: “acho que a imprensa regional devia ter condições de acessibilidade.”
QUERO TRABALHAR CONVOSCO NA PRÓXIMA LEGISLATURA
“Gostava de pôr-me à disposição para que na próxima legislatura se possa olhar para esta realidade que é a imprensa regional, no sentido de se poder encontrar um quadro de apoio e, não só sobreviver, mas sobreviver com condições e com condições para se desenvolver. Nesse sentido, creio
que há todo um trabalho que pode e deve ser feito e, pela nossa parte, esperemos ter meios, em termos da nossa capacidade, da nossa representação parlamentar, para poder corresponder, tanto quanto
possível, a esse objetivo. Creio que há uma compreensão que é pluripartidária a importância da imprensa regional. Independentemente dos partidos, há deputados que são eleitos por círculos eleitorais onde a imprensa regional tem importância: neste momento sou deputado por Lisboa, mas fui durante 14 anos deputado por Santarém, e sei que a importância, até para a própria divulgação da atividade dos deputados que são eleitos pelos círculos fora de Lisboa e Porto, ou dos meios mais urbanos, a importância que a imprensa regional tem. De outra maneira, não tem expressão.”